sábado, 1 de dezembro de 2012

O Triste Fim de um Servo de Deus



“Ora, o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias, das nações de que o Senhor dissera aos filhos de Israel: Não ireis para elas, nem elas virão para vós; doutra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se apegou Salomão, levado pelo amor. Tinha ele setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Pois sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e seu coração já não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como fora o de Davi, seu pai” (1 Reis 11: 1-4).

 

Não há sabedoria que resista ao processo consentido de endurecimento do coração. Salomão consentiu quando fez alianças políticas e aceitou o casamento com princesas, as quais traziam suas servas e os seus cultos pagãos. Ele não endureceu seu coração em um único ato, mas foi um processo que durou uma vida. A perversão do coração é sutil. Se fosse alardeada, todos evitariam o pior.

Podemos ocupar nossas mentes e corações com pensamentos e emoções que não correspondem à vontade de Deus e que, aos poucos, vão nos distanciando dele. É urgente a vigilância sobre vida espiritual. Temos todos os recursos para isso: a presença
do Espírito Santo, a Bíblia, a comunhão com Cristo e os irmãos, a oração como meio eficaz de conversa com Deus.

Cuidar da vida espiritual é uma decisão ativa e não podemos ficar passivos diante do que acontece. É como a ilustração do Camelo e o Beduíno. Na tempestade de areia, o beduíno monta a barraca e o camelo fica de fora. O camelo coloca a cabeça para dentro e o beduíno não reage. O camelo, então, aos poucos, vai colocando o restante do corpo mediante a falta de reação do beduíno. Quando o camelo estava dentro da barraca, deu um coice e jogou o beduíno para fora.

Excelente começo não é garantia de fim abençoado. E preciso disciplina espiritual para manter a vida espiritual dentro da vontade de Deus. Mesmo que não consigamos manter o nível todos dias, tenhamos a humildade de confessar os pecados, buscar perdão de Deus e restaurar nossa comunhão com Ele.

 

                        (Extraído do Manancial de 2007)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

UMA ABORDAGEM PARA SALVAÇÃO DO PECADOR


Meu amigo (minha amiga), gostaria de lhe fazer a pergunta mais importante para a sua vida.
A sua alegria ou o seu lamento eternos dependem da sua resposta.
Eis a pergunta: "Você é salvo"? Não se trata de saber se você é uma pessoa de bem, se você frequenta uma igreja, mas simplesmente saber se você é salvo. Você tem certeza de ir para o Reino dos Céus quando você morrer?
Para ir para o Reino dos Céus, o Senhor Jesus nos diz que devemos nascer de novo. Em João 3.7, Jesus disse a Nicodemos: "É necessário que você nasça de novo".
Na Bíblia, Deus nos mostra como podemos nascer de novo, o que significa também como ser salvo. O plano de Deus é simples! Meu amigo, você pode ser salvo hoje mesmo!
Primeiramente, você deve admitir que você é um pecador. “Porque todos pecaram e privados estão da glória de Deus" (Romanos 3:23).
Porque você é um pecador, você está condenado à morte. "Porque o salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23). A morte espiritual significa estar eternamente separado de Deus, no Inferno. "Está ordenado aos homens morrerem uma só vez, após o que vem o juízo" (Hebreus 9.27).
Mas Deus amou você tanto que deu Seu único Filho, Jesus, para levar sobre Ele o seu pecado e morrer pelo seu pacado em seu lugar. "Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21).
Era necessário que Jesus vertesse seu sangue e morresse. “Sem derramamento de sangue não pode haver remissão (perdão dos pecados)” (Hebreus 9.22).
"Mas Deus prova seu amor para conosco em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Romanos 5.8).
Ainda que não possamos compreender como Ele fez isso, Deus diz que Ele colocou os seus e os meus pecados sobre Jesus, que morreu em nosso lugar. Ele tornou-se nosso substituto. Isto é verdade. Deus não pode mentir.
Meu amigo, minha amiga, "Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam, pois Ele tem fixado um dia quando Ele julgará o mundo segundo Sua justiça, por meio daquele que Ele designou – Jesus Cristo – do que Ele deu prova a todos, ressuscitando-O dos mortos..." (Atos 17: 30-31).
O arrependimento implica que houve o reconhecimento por parte do arrependido de que ele é um pecador, e que reconhece tudo o que Jesus fez por ele na Cruz.
Em Atos 16: 30-31, o carcereiro de Filipos indagou de Paulo e Silas o seguinte: "Senhores, o que é necessário que eu faça para ser salvo? Paulo e Silas responderam: Creia no Senhor Jesus e você será salvo juntamente com a sua família."
Creia simplesmente que Ele levou os seus pecados, que Ele morreu em seu lugar, que Ele foi sepultado, e que Ele ressuscitou. A ressurreição de Jesus nos dá a certeza inabalável de que todos os que creem nele podem ter a vida eterna, quando recebem a Jesus como seu Salvador.
"Mas a todos os que O receberam, os que creem em seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus" (João 1: 12).
"Porquanto todo aquele que invocar o nome do Senhor Jesus será salvo" (Romanos 10: 13).
"Todo aquele que” inclui você e eu. “Será salvo” não significa “poderá ser salvo”, mais quer dizer claramente que “será salvo”!
Você com certeza compreendeu que é um pecador. Neste mesmo instante, quando você está lendo este texto, se você aceita arrepender-se, eleve seu pensamento e coração a Deus e ora.
Em Lucas 18: 13, encontramos um exemplo de oração feita por um pecador:
"Ó Deus, sê propício a mim, que sou um pecador."
Faça esta simples oração: "Senhor, eu sei que sou um pecador. Eu creio que Jesus tem sido foi o meu substituto quando Ele morreu na Cruz. Eu creio que Seu sangue vertido, Sua morte, Seu sepultamento e Sua ressurreição, tudo isso foi por mim e para mim. Eu O recebo agora como meu Salvador. Eu Te agradeço pelo perdão dos meus pecados, pelo dom da Tua salvação e da Vida Eterna, pela Tua graça e pela Tua misericórdia. Amém!"
Creia em Deus e em Sua Palavra, e receba a sua salvação pela fé. Com toda segurança, afirmo que você será salvo, se fizer o que lhe foi orientado. Nenhuma igreja, ou filosofia, nem boas obras, podem salvar você. Não se esqueça de que somente Deus é que pode salvar. É Ele quem nos dá plena salvação em Cristo Jesus!
Este plano divino da salvação é simples. Você é um pecador. Se você não crê que Jesus morreu em seu lugar, você passará a eternidade a eternidade no Inferno. Se você crê n’Ele como seu Salvador que morreu, e ressuscitou, você receberá o perdão de todos os seus pecados e o dom da salvação eterna, pela fé.
Você pode estar dizendo: "Isso não pode ser tão simples assim!" Mas é simples, como nos diz a Bíblia. É o plano de Deus. Meu amigo, minha amiga, creia em Jesus e receba-O como seu Salvador!
Se este plano ainda não ficou claro para você, releia este artigo de novo até entendê-lo. Não deixe de dar crédito ao que foi escrito, simplesmente por não ter compreendido a mensagem. A sua alma vale mais que o mundo inteiro!
"E que adianta ao homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma?" (Marcos 8: 36).
Tome posse da sua salvação! Si você perder a sua alma, você perde o Céu e perde tudo. Eu o aconselho a que deixe Jesus salvar você! Seja salvo agora mesmo!
É o poder de Deus que vai salvar você; que vai guardá-lo salvo e que vai permitir a você viver uma vida cristã vitoriosa!
“Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar." (1 Cor. 10 : 13).
Não confie nos seus sentimentos de autojustiça diante de Deus. Eles mudam. Agarre-se às promessas de Deus. Ele não muda jamais!
Uma vez que você já foi salvo, há três coisa que você deverá fazer a cada dia para o seu crescimento espiritual.
Ore: Orando, você fala com Deus.
Leia a Bíblia: Lendo a Bíblia, é Deus quem fala.
Testemunho: é você que fala de Jesus aos outros.
Você deve ser batizado. É pelo batismo que o salvo testemunha da sua conversão e salvação.
Você deve unir-se a uma igreja para estudar mais a Palavra de Deus.
“Portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa comigo dos sofrimentos do evangelho segundo o poder de Deus," (2 Timóteo 1: 8).
“Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus." (Mateus 10: 32).
A oração apenas não salva; o que salva é crer em Jesus como Salvador pessoal, como aquele que morreu por nós e ressuscitou para nos garantir a Vida Eterna.
É o Espírito Santo que nos leva a crer e a nos arrepender, e é Ele que nos mantém firmes na fé e na oração a Deus e na busca da Sua Palavra!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

SAUDADES DE SIÃO (Paráfrase de Sal 137)


De Babilônia junto aos rios,
Nos recordamos de Sião
e penduramos nossas harpas,
pois nos pediam uma canção.

Os que cativos nos levaram
que lhes cantassem nos pediam;
“Cantai-nos um de vossos hinos”,
rogavam os que nos destruíam. 

Mas, como entoar em terra estranha
ao nosso Deus uma canção?
Como alegrar aquela gente
que nos ferira o coração?

Jerusalém, Jerusalém,
Se, pois, de ti eu me esquecer,
de minha destra esqueça eu;
pereça, então, todo o meu ser. 

Dos inimigos de Israel,
dos que assolaram a Sião,
jamais Te esqueças, ó Senhor;
vinga-nos, pois, a Tua mão.

                                     Pr Wilson C. L. Lima



quarta-feira, 4 de julho de 2012

RELIGIÃO: PROPOSTA DIVINA OU PRÁTICA HUMANA?

            Introdução

O termo religio, onis vem do Latim e tem como sentido principal a idéia de religação, reatamento. Segundo a Bíblia Sagrada, esta é a intenção de Deus para com o homem. Este, por sua vez, criado à imagem e semelhança de Deus, tornou-se alheio ao relacionamento que lhe fora proposto e, por conseguinte, afastou-se de Deus, desligando-se dele completamente. A busca pelo ser criado é uma iniciativa de Deus e, como tal, deve ser no estilo dele, segundo sua proposta ao homem decadente. Religião é, portanto, uma proposta divina para o homem e tem como objetivo reconciliá-lo com Deus.
Por outro lado, o homem, na tentativa de buscar a Deus, tropeça nos seus propósitos e se emaranha em atividades rituais e místicas, colocando para si mesmo barreiras intransponíveis que resultam num completo ceticismo em relação à verdadeira fé, passando a crer em crendices e regras e práticas religiosas que acabam por levá-lo a um mar de dúvidas com respeito à pessoa do próprio Deus.
Por ser proposta de Deus, o homem deve procurar entender Sua vontade e caminhar em direção a ela, tendo como alvo viver em Sua presença continuamente.
A experiência dos gregos, observada pelo apóstolo Paulo, retrata o quadro em que a humanidade tem permanecido desde os dias antigos até o presente, mostrando, entretanto, a existência de uma luz no fim do túnel que pode revelar a verdadeira direção para a qual o homem deve se voltar para encontrar a Deus.
Como prática humana, a religião assume certas características, cujos segmentos, diferindo ou não entre si, acabam por induzir o homem a um afastamento imperceptível dos objetivos e propósitos divinos. 

RELIGIÃO COMO PROPOSTA DIVINA 

Desde os dias mais antigos, quando o homem vivia em plena harmonia com Deus e Sua criação, o homem tem desfrutado das bênçãos de Deus através das chuvas e do sol, das brisas e das monções, usufruindo do fruto das árvores frutíferas, da água potável e do ar que respira. Tudo isso é uma dádiva do Pai das Luzes que pode ser com plenitude e abundância ou com escassez, de acordo com o relacionamento do homem com o Criador.
As Escrituras Sagradas revelam momentos na vida de algumas nações, inclusive Israel, quando as dádivas do Criador e Senhor tornaram-se escassas, produzindo prejuízo para as lavouras, para o gado e, em momentos de pico, para o próprio homem.
A primeira ordem de Deus ao homem dada no Éden revela a preocupação de Deus com esse homem e busca educá-lo no sentido da obediência plena à Sua vontade. Tanto como indivíduo como em sociedade, o homem deveria obedecer a Deus e andar segundo Sua vontade. Porém, o homem falhou na consecução dos objetivos propostos por Deus para ele, e pecou, rebelando-se contra Ele e deixando de fazer a Sua vontade.
O resultado desse triste evento foi trágico não só para o homem, mas também para toda a sociedade humana. Uma vez que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Ro 3.23)”.
Não obstante, o Deus que cria é também o Deus que sustenta a criação e, como tal, não podia deixar de prover ao homem os recursos necessários para a sua reabilitação.
O propósito de que fala o apóstolo Paulo, “de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra (Ef 1.10)”, refletem o interesse de Deus pela criação, principalmente o homem, para tê-lo um dia em comunhão com Ele. E para isso, o homem precisa ser educado para viver em sociedade não só com o próximo, mas, sobretudo, com Deus. E é nesse firme propósito que o Senhor Deus lança a pedra fundamental da religião proposta por Ele ao homem: “...esta te ferirá a cabeça... (Gen 3.15b)”, ou seja, “da semente da mulher nascerá aquele que esmagará a cabeça da serpente”. Tal predição, da boca do próprio Deus, levou nossos primeiros pais a uma reflexão em função de sua atitude leviana para com a vontade divina, e fez com que estes vivessem em sociedade buscando agradar a Deus, como fizeram Enoque e Noé e, mais tarde, Abraão, Isaque e Jacó, donde surge o povo de Israel.
  A religião proposta por Deus ao homem tem um misto de valores morais e espirituais: morais porque conduz o homem a uma vida interativa com a sociedade em que vive, buscando o bem comum; e espirituais porque procura relacioná-lo com Deus, buscando agradá-lO e servi-lO ao mesmo tempo em que, sob a dependência deste, o homem irá usufruir de bênçãos abundantes que são descritas a todo momento na Sua Palavra, com o fim de direcionar o homem para um inter-relacionamento na forma de uma teocracia em que Deus e homem se interagem por toda a eternidade.
A religião proposta por Deus ao homem busca reconciliá-lo consigo e esta reconciliação só pode ser levada a efeito mediante a pessoa de Jesus Cristo.
O povo de Israel vivia nessa expectativa, sem entender o cerne da proposta divina, mas compreendendo o fim dela, cuja manifestação seria com a vinda do Messias prometido. A Lei compreendia o contexto da religião proposta por Deus, e a graça, o fim, o cerne não entendido pelos antigos pais, mas revelado na plenitude dos tempos na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
O judaísmo tem em si raízes divinas, enquanto contexto da proposta de Deus para Israel, mas possui também raízes humanas porque foi transformado em preceitos e mandamentos de homens que mais desviava o homem de Deus do que o conduzia a Ele. O judaísmo pode ser útil para o entendimento acerca do desvio que levou a religião de “proposta divina” para “prática humana”.
A culminância da proposta divina aconteceu com Cristo e em Cristo, uma vez que Ele é o fim da lei e dos profetas, ao mesmo tempo em que é a resposta à proposta em Gênesis 3.15. Nele todas as coisas são congregadas, isto é, religadas, a partir do cumprimento de suas cláusulas, já que proposta divina e, como tal, o homem que a aceitar deve enquadrar-se nos requisitos expostos pelo proponente que é Deus.
Como fator educativo e social, a religião cristã, fundamentada em Cristo e nos seus apóstolos, propõe ao homem uma vida justa, pura e santa, e o conduz a uma interação de valores eternos que o levam a uma verdadeira educação, já que os ensinamentos de Jesus Cristo, corroborados pelo Espírito Santo, têm base no amor de Deus.

RELIGIÃO COMO PRÁTICA HUMANA

Um exemplo bíblico de religião como prática humana, sem vínculo real com a proposta feita por Deus ao homem, é a atitude de Jeroboão por ocasião da divisão de Israel nos dois reinos: do Norte e do Sul. Esta religião surgiu, por conseguinte, como fruto do alvitre de um homem e era muito parecida com o judaísmo praticado pelo povo de Judá, com a grande diferença de ser uma mera prática humana, pois não tinha Deus como proponente e sim Jeroboão e seus conselheiros. Uma religião idólatra, cujo Deus era um bezerro de ouro, duplicado para fazer face aos altares de Betel e de Dã, com festas e celebrações em dias “que ele tinha escolhido a seu bel prazer” (I Reis 12.33).
O povo de Israel deveria ser educado no modelo religioso do seu líder – um homem mentiroso e ávido de poder. Jeroboão nos faz lembrar Muhammed e seu Islamismo; Sidhartha e seu Budismo; Tao e seu Taoísmo; Kardec e seu Espiritismo.

ALGUMAS IMPLICAÇÕES

A religião, quando sai da categoria de proposta divina para prática humana, corre risco de ser atropelada por algumas ideias heréticas, tais como o Arianismo e o Gnosticismo. Foi o que aconteceu por ocasião da Igreja Primitiva. O Gnosticismo, sistema filosófico-religioso surgido nos primeiros séculos da nossa era e diversificado em numerosas seitas, visava a conciliar todas as religiões e a explicar-lhes o sentido mais profundo por meio da gnose. São dogmas do gnosticismo: a emanação, a queda, a redenção e a mediação, exercida por inúmeras potências celestes, entre a divindade e os homens. Relaciona-se o gnosticismo com a cabala, o neoplatonismo e as Doutrina de Ário, famoso heresiarca de Alexandria (280-336), segundo a qual era Cristo uma criatura de natureza intermediária entre a divindade e a humanidade.
CONCLUSÃO

O mundo tornou-se o grande celeiro das chamadas religões práticas, quando o ser humano buscou na divindade uma opção de vida, passando a ignorar o Propósito de Deus para a salvação do homem, perdido porque pecador.
Por ocasião do IV Séc. surge no Oriente Médio o Islamismo, como resposta à ansiedade do homem pela busca de uma religão prática. O propósito de Deus para Abraão foi confundido de tal forma que os profetas Moisés e Elias foram considerados verdadeiros, porém, como mensageiros de uma confusa realidade: O plano de Deus para Israel falhou e deu lugar a um outro plano, no qual Deus escolhe Ismael, rejeitando Isaque, do qual Mohammed torna-se o 'verdadeiro' profeta de Alá (Deus, no Islã).
Por outro lado, em meados do XIX Séc. surge o Espiritismo Kardecista, uma outra prática humana, com citações bíblicas, sem qualquer exegese com base nos escritos originais, truncando textos bíblicos e negando o Propósito de Deus em Cristo. Para seus organizadores, Jesus é um misto de verdade e mentira, pois, seus apelos para que o homem venha até Ele para ser salvo, caso contrário torna-se perdido para sempre, é ignorado de modo eclético, já que não satisfaz as idéias lançados pelo fundador do Kardecismo.
E assim segue o mundo, chamando Deus e Seu Filho de mentirosos, pois negam a autenticidade de suas mensagens proféticas e reveladoras em Cristo e se enveredam pela prática da caridade, julgando ser isso de valor central para a salvação que, por sinal, nem acreditam, já que a purificação do espírito do ser humano, segundo seus ensinamentos, se dá por sucessivas reencarnações até a sua gnose, ou seja, sua purificação total. esquecem-se eles que só no sangue de Jesus o homem, que é por natureza pecador, pode ser purificado e perdoado de seus pecados.
A triste realidade é que, na eternidade, vão lamentar a má escolha e o desprezo por não examinarem as Escrituras - A Bíblia Sagrada.
Basta ler em Mateus 22 verso 29: "Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus"; e também em João 5 verso 39: "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim".

domingo, 10 de junho de 2012

O PERFIL DO PASTOR

O Dia do Pastor é uma data comemorativa como outra qualquer, a menos que consideremos a instituição do ministério Pastoral como uma instituição divina. Na verdade, ela não está presa ao ministério temporal de Cristo, ou seja, enquanto Igreja militante, mas encontra-se no centro escatológico do propósito do nosso Deus (v. 15).
Portanto, é Deus quem escolhe os pastores; É Ele quem os dá à Igreja. Esta proposta revela-se, a priori, para a antiga “qahal”, ou seja, a Igreja no deserto, enquanto povo de Israel. Todavia, no tempo de Deus, a posteriori, tanto a Igreja no Deserto como a Igreja do Novo Testamento haveriam de estar unidas em uma só congregação militante que seria formada a partir de um grupo remanescente de Israel mais os gentios que aceitassem a fé no Messias e se tornassem salvos pela graça nele revelada.
É o que entendemos do v. 14: “...porque eu sou o vosso esposo e vos tomarei, um de cada cidade, e dois de cada família, e vos levarei a Sião”.
Nos desígnios de Deus, Israel é a esposa amada, assim como a Igreja militante, em Cristo, é a sua esposa amada.
Assim implicado, estas bênçãos não seriam para o Israel rebelde; mas para o Israel obediente, que seria formado a partir de judeus e gentios que obedecessem à fé em Cristo Jesus – a Igreja por ele fundada e estabelecida. Portanto, o Dia do Pastor deve ser comemorado como um dia histórico no calendário eterno de Deus.
Mas alguém poderia arrazoar: Se o Ministério Pastoral se prende a tempos remotos, como na antiga qahal (Igreja no Deserto), como é que Paulo, ao falar aos crentes de Éfeso sobre os dons legados pelo Espírito de Cristo à Igreja, enumera os pastores por último, implicando, inclusive, que eles foram dados à Igreja após o retorno de Cristo aos céus, logo, após o estabelecimento dos doze apóstolos (4.11)? Sabemos, inclusive, que nem todos os apóstolos chegaram a ser pastores. Alguns foram martirizados logo após iniciarem suas viagens missionárias.
Por conseguinte, os pastores são dádivas de Deus à Igreja antes mesmo que esta tivesse sido fundada e estabelecida por Cristo. E eles, segundo a promessa de Deus para o remanescente, seriam capacitados para o exercício de seu ministério. O conhecimento (dê‘ah) aliado ao discernimento (haskêl) levaria um simples homem a uma posição de líder de um grupo seleto, escolhido por Deus em Cristo, que promoveria o Seu reino na terra até o dia em que a Igreja será elevada às alturas para o encontro com o Senhor, nos ares, permanecendo para sempre com o Senhor (1 Ts 4.16-17).
Ser pastor, portanto, é um grande privilégio, antes mesmo de ser uma grande responsabilidade. Privilégio porque a vocação é do Senhor. É Ele quem chama, capacita e honra o fiel ministro por Ele constituído para apascentar o rebanho que Ele mesmo lhe confiou.
Mas, como implicamos nesta última fala, não deixa de ser uma grande responsabilidade, pois sobre o pastor pesa algumas responsabilidades:
1 – Ele é um Ministro da Palavra. Não se trata de um ministério terreno, preso aos limites de espaço e tempo como ser ministro de um governo, de uma pasta qualquer, junto a um rei mortal ou de um reino efêmero. Os valores de sua pasta são valores eternos, e sua lide tem eco nos céus, de onde sai a Palavra que jamais “voltará” para o Senhor “vazia”. Ser pastor é colocar-se na brecha para tapar o muro que impede o avanço do mundo para dentro da Igreja. Tudo que o pastor prega no púlpito de sua igreja será prevalecente contra o inferno, contra a perdição e contra o próprio Inimigo.
2 – Ele é o porta-voz de um Reino eterno. Como anunciador de boas-novas o pastor oferece ao mundo o modelo de Evangelho que prepara o pecador para estar com Cristo em seu Reino por toda a eternidade. E isto é um grande privilégio, pois, como diz a Palavra de Deus, “quão formosos sãos pés dos que anunciam as boas novas”.
O pastor lida com pessoas que antes não tinham esperança de salvação e nada sabiam sobre a responsabilidade do pecado em face da justiça e do juízo divinos. Mas o pastor, como um arauto fiel, proclamando as boas novas, propõe ao pecador a palavra de reconciliação. Ele diz ao mundo que qualquer pecado não confessado e abandonado em Cristo servirá de peso para uma justa condenação, segundo o padrão de justiça, verdade e santidade do Deus Justo, Santo e Verdadeiro.
3 – Ele é um exemplo para suas ovelhas. Sua fidelidade deve estar aflorada no compromisso de pregar a Palavra, sempre temperada com os valores eternos da consolação e da exortação; da pureza e da verdade; da salvação e do juízo sobre os que a rejeitarem. O pastor é um exemplo de vida, de honestidade, de integridade, de moralidade, quando o mundo em que vivemos tem buscado outros valores que estão na contramão dos valores contidos nos atributos do nosso Deus.
Em suma, o pastor deve ser achado fiel por Aquele que o chamou;
Ao militar na grande batalha da Luz com as trevas, o pastor deve ser luz;
Ao buscar temperar o ambiente que circunscreve sua igreja, o pastor deve ser sal;
Ao ensinar e doutrinar a sua igreja, o pastor deve revelar conhecimento na Palavra e discernimento a respeito dos dons dados pelo Espírito Santo à Igreja;
Ao procurar a comunhão dos membros de sua igreja entre si, o pastor deve inspirar, tanto quanto respirar comunhão com seu Deus e com suas ovelhas.
Ao promover o Evangelismo em sua igreja, o pastor deve sentir paixão pelas almas perdidas;
O pastor deve estar pronto a sorrir com os que estão alegres, e chorar com os que choram.
Concluindo, o Dia do Pastor é o dia em que ele e a sua igreja lembram a sua chamada para o ministério.
É o dia em que ele e a igreja lembram o seu preparo teológico, indispensável, nesse tempo de crises filosóficas e até mesmo teológicas, quando a mensagem de arrependimento e confissão de pecados, condição sine qua non para se buscar salvação em Cristo, está desaparecendo dos púlpitos, muitas vezes já transformados em tribunas e palanques eleitorais.
É o dia em que ele e sua igreja lembram a sua fé. Quantas vezes, irmãos que atravessaram problemas humanamente impossíveis de solução, buscaram no pastor o socorro pela oração. Pastor, ore por mim; ore pelo meu filhos, pela minha filha, por um problema que estamos atravessando... E o pastor ora, com fé, e Deus responde, trazendo a melhor solução para o problema apresentado naquele pedido de oração.
Hoje, mais do que nunca, precisamos de pastores que vivam e respirem a fé comunicada através das Escrituras. Pastores que sintam paixão pelas almas perdidas e que aspirem pela vinda do Reino absoluto de Deus, com a vitória da Igreja de Cristo sobre os poderes das trevas de modo cabal e eterno.
O amor e a humildade também devem fazer parte das qualidades vistas pela igreja em seu pastor. Para pregar amor, deve-se amar de verdade. Foi o que Jesus requereu de Pedro. “Pedro, tu me amas (agapao) mais do que a estes”? E Pedro responde: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo (fileo)”; Novamente Jesus lhe pergunta: “Pedro, tu me amas (agapao)”? E Pedro novamente responde com fileo. Jesus pergunta terceira vez: “Pedro, tu me amas (fileo)? E Pedro responde: “Senhor, Tu sabes (oida) todas as coisas; Tu conheces (gnosko) que eu Te amo (fileo).
Jesus requereu de Pedro um amor maior do que o amor a quem sofreu e morreu diante de seus olhos, sem que sequer declarasse amor pela solidariedade à sua morte. Ao contrário, negou-o, diante das autoridades.
Jesus requer dos pastores um amor maior a Ele. A visão da cruz não deve sair da memória do pastor que prega a Cruz de Cristo. Na celebração da Ceia, o pastor deve mostrar esse amor à Igreja, para que, os incrédulos que porventura estejam presentes, possam encontrar na mensagem da celebração a sua oportunidade de salvação.
Lembro-me de certa vez, quando ministrava a Ceia do Senhor, logo após explicar seu significado bíblico para a igreja, uma jovem veio à frente, chorando, confessando que estava aceitando o Senhor Jesus como seu Salvador.
O pastor é um Homem de Deus. Suas mensagens são oriundas dos céus. E nunca voltam para lá sem que produza frutos para a eternidade.
A responsabilidade é grande; Porém, maior é o privilégio de ser pastor, vocacionado por Deus para um ministério santo, fruto de uma santa vocação.
Que Deus abençoe a todos os pastores neste dia em que se comemora o Dia do Pastor no calendário eterno de Deus.          



segunda-feira, 28 de maio de 2012

O SIGNIFICADO DA MORTE DE CRISTO

Introdução
No Antigo Testamento, a palavra “expiação” é a tradução literal do termo hebraico kippur que é empregado no AT sempre no plural (kippurim).[1] Sua raiz é o termo kaphar (cobrir), cujo sentido é dado pelo seu radical intensivo kipper (remir; tirar tudo o que cobre e empana [a alma] de ser vista em seu estado puro por Deus).[2] É daí que vem o sentido secundário de “perdoar”. Quando se perdoa, deve-se esquecer qualquer ranso de culpa que o perdoado tenha com quem o perdoa.
Na LXX, o termo verbal que verte o sentido de expiar para o grego é eksilaskomai que não é empregado no NT. Seu substituto no NT é a sua forma simples hilaskomai que significa “propiciar”, ou seja, fazer propiciação, daí hilasterion (propiciatório). 
A EXPIAÇÃO 
A expiação da culpa do pecado é uma exigência de Deus para o homem pecador, para que ele esteja sempre dentro do limite da longanimidade divina e não sofra o peso da Ira de Deus sobre ele, por causa dos pecados cometidos. É nesse mesmo entendimento que as nações pagãs sacrificam suas vítimas para aplacar ira de seus deuses[3].
É nesse sentido que Paulo vê a morte de Cristo, ou seja, como expiatória (Rom 3:25). Em várias referências, ele associa distintamente a morte de Cristo com o ritual e conceito de sacrifício do Velho Testamento. Ele faz uma alusão direta à oferenda de pecado que era apresentada pelo Supremo Sacerdote no grande Dia da Expiação. Paulo descreve a morte de Cristo como “oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef. 5:2). Em Cristo, Deus fez o que a Lei não poderia fazer com o pecado: “enviando a seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado” (Rom. 8:3). As palavras “por causa do pecado” (peri hamartias) provavelmente se referem à morte expiatória de Cristo, um fato que é reconhecido, pela leitura alternada da RSV, “como oferta pelo pecado”. Novamente Paulo fala de Cristo como nosso cordeiro pascal, que foi sacrificado (1 Cor.5:7).
O aspecto expiatório da morte de Cristo é visto nas frequentes referências ao seu sangue. Deus fez com que Cristo fosse a propiciação através de seu sangue (Rm. 3:25); somos justificados pelo seu sangue (Rm. 5:9); obtemos a redenção através de seu sangue (Ef. 1:7); nos aproximamos de Deus pelo sangue de Cristo (Ef. 2:13); obtemos a paz através do sangue de sua cruz (Col. 1:20).
Jesus verteu todo o seu sangue na Cruz do Calvário. Ele morreu à míngua, exague, já que teve várias hemorragias internas. Teve sede, o que caracteriza a perda de sangue arterial. Ao ser   ferido pela lança, o pouco de sangue que ainda estava em seu corpo saiu juntamente com água, pois faltava-lhe o elemento principal de sua composição – as hemácias.[4]
A Morte de Cristo também foi vicária. Ao morrer por nós, pecadores, sua morte tornou-se vicária (1 Ts 5.10). Em Rm 5.8, Ele morreu por nós, quando ainda éramos pecadores. Em Rm 8. 32, Ele se deu a si mesmo por nós. Em Ef. 5.2, Ele se fez maldição por nós. Quando Paulo afirma que Deus fez de Cristo “pecado em nosso favor”, é que Cristo voluntariamente veio sob a mancha do pecado, penetrou em sua mais profundas trevas, e compartilhou com os homens seu terrível peso e pena.
A morte de Cristo também foi substitutiva. Ao morrer na cruz por cada um de nós, sua morte torna-se substitutiva. Verdadeiramente, cada um de nós deveria enfrentar o juízo de Deus sobre o pecado e, consequentemente, como não podemos nos livrar humanamente de sua condenação e culpa, fez-se mister que ele se apresentasse como o subtituto de cada um de nós, de per si. Isto fia claro no testemunho de Paulo quando arrazoa: “Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois poderá ser que pelo [homem] bom alguém ouse morrer” (Rm 5.7).
A morte de Cristo também foi propiciatória. Isto é, ela nos fez chegar diante de Deus e alcançar o Seu favor. A propiciação lembra a graça, a qual, no AT, era demonstrada de modo reticente. Em Cristo, pela sua morte propiciatória, ela se faz eterna e, assim, podemos estar sempre diante do trono de Deus, em graça. Esta graça tão maravilhosa não só está presente na conversão do pecador, mas se faz presente durante seu dia-dia e culminará com seu efeito maior e eterno, no dia do juízo, quando seremos livres da Ira de Deus, pois é Cristo quem nos livra da ira futura, como diz a Escritura:  “Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5.9); “...e esperardes dos céus a seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1 Ts 1.10).
A morte de Cristo também foi redentora. Há quatro termos gregos que apontam para este sentido: lutron, apolutrosis, agorazo e exagorazo. Os dois primeiros respondem por liberdade, alforria. São formas derivadas de luo (soltar, libertar, livrar). O pecador é livre por quem pode livrá-lo, por duas condições. Por um lado, ele está preso a Satanaz, por haver cedido às suas tentações e perdido a glória de Deus, tornando-se vulnerável aos  ataques do Inimigo. Ao confiar em Cristo e clamar por Seu Nome, o pecador é por ele liberto das garras do Inimigo e readquirido por Deus, em Cristo. Por outro, ele é alforriado, deixando de ser um simples servo rebelde e desobediente a um Senhor que não deseja que ele pereça, mas que, por Santa Justiça, irá condená-lo ao inferno, por não ter feito de Cristo o aplacador da ira de Deus, justo Juiz, sobre ele e seu pecado. É como disse Jesus: “Já não vos chamarei mais servos....” (João 15.15).
Os dois últimos termos -  agorazo e exagorazo, respondem por compra e resgate de algo em hipoteca. Agorazo era o verbo empregado pelos compradores de escravos. Dentre esses compradores havis aqueles que, sendo bons e possuindo riquezas, faziam-se presentes nos mercados ou leilões de escravos para comprá-los e, com documentos de alforria, dar-lhes a liberdade. Exagorazo,  por sua vez, dizia respeito ao ato de resgate de hipotecas de algo de valor que ficava no penhor e deveria ser resgatado antes que houvesse a perda do seu valor fixado no momento da hipoteca. Em geral, os banqueiros e financiadores daquela época tudo faziam para encarecer o valor atribuído no momento da hipoteca. Ficava muito difícil para o pretendente resgatar essa hipoteca. Imagine o preço superfaturado pelo pecado e pelas paixões infames e pelo ato rebelde de escolha para viver todo o tempo anterior em rebeldia contra Deus, o que encarecia e superfaturava o resgate. Mas Ele pagou esse preço. Centavo por centavo, para que nos readquirisse a fim de podermos estar na sua presença para sempre, em glória, em seu reino. Oh, glória!!!
A salvação torna-se, de igual modo, supervalorizada, por semelhante audácia, pela ousadia de Cristo em enfrentar a cruz e, por ela, a morte. A nossa salvação não tem preço a ser pago em moeda humana. Seu preço já foi pago por Cristo por toda a eternidade.
Amados, valorizemos a nossa salvação.
P.S. E se você que está lendo este estudo ainda não se encontra salvo em Cristo, ainda não fez sua confissão de pecador e ainda não clamou pelo nome de JESUS, a hora é esta. Não fique confiando em sua justiça, pois, nossa justiça vem de Deus, por Cristo, e só Ele nos faz justificados dos nossos pecados e faltas. A morte de Jesus foi real, pois Ele moreu como homem, e homem puro, sem pecado. por isso Ele pode salvar aqueles que, humildemente, reconhecem seu senhorio e seu poder de salvar. 
Tenha fé em JESUS, e Ele o salvará agora neste instante em que você está lendo este estudo.
O próximo estudo será sobre a nossa justificação e reconciliação. 
É bom de mais. Deus o abençoe com as bênçãos dos céus e com a bênção do perdão em Cristo Jesus. Amém!   


[1] Provavelmente seja o fato de que, como os pecados são cometidos, segundo a visão teleológica judaica, vários deles ao mesmo tempo ou se encontram acumulados, há a necessidade de se fazer uma expiação completa a cada vez que o interessado busque a mediação sacerdotal.
[2] Esta é a visão Talmúdica acerca do Yom Kippur. O termo no plural, na prática, enfatiza “expurgo completo” de todas as faltas, transgressões e culpa.
[3] Ainda hoje há povos que realizam sacrifícios de animais com tal objetivo, embora saibamos que só o Senhor é Deus.
[4] Discordo plenamente de Ladd, pois em Cristo, nada foi figurado; foi realidade eterna. A vítima tinha que verter todo o seu sangue, pois o sangue representava a alma do animal. E só a ‘alma’ pura do animal poderia fazer expiação pela alma humana. Jesus, por ser completamente puro, pôde, com seu sangue, fazer expiação pelas nossas almas, propiciando-nos, com isso, a remissão. A única figura que há com relação ao Seu sangue é o vinho que tomamos na ceia que simboliza o sangue de Cristo realmente derramado no Calvário.
  

terça-feira, 22 de maio de 2012

CRISTO E SEU REINO MESSIÂNICO


A opinião de Paulo acerca de Jesus Cristo, o Messias, mudou radicalmente, após a sua conversão. Mudou também com relação à salvação e à Lei.  Para Paulo, o termo Christos estava inserido na própria pessoa de Jesus. Ele o chama de Jesus Cristo, embora sabendo que é um título, mas o insere na pessoa de Cristo, como podemos ver em Rm 3.24.
Como Messias, Jesus teria que estar reinando ou reinar em uma determinada época ou era. A priori, o Reino de Cristo, para Paulo, começou na sua ressurreição. E terminará quando houver “...posto todos os inimigos debaixo de seus pés” (1 Cor 15.25).
Ao receber do Pai todo o poder no Céu e na Terra, Jesus torna-se Rei, e permanece Rei até quando a morte for aniquilada, ocasião em que devolverá ao Pai o comando de todas as ações previstas no sábio conselho de Deus. A rigor, Cristo, segundo Paulo, preenche um hiato, aberto com a queda de toda a Criação.[1]
Para Paulo, o reino do Cristo glorificado não é um reino apenas de graça e bênção sobre a Igreja; é também de força e sujeição sobre todos os poderes espirituais.[2]
Entretanto, de acordo com o pensamento paulino, esse Reino, que para ele já começou com a sua ressurreição, terá uma atividade messianocrática[3] em que os “mansos” que herdarem a terra prometida (Mt 5.5 e Is 57.13; 60.21; 61.7; 65.9), usufruirão desta bênção escatológica (1 Cor 6.9,10; 15.50; Gl 5.21). É quando reino e glória estarão juntos; quando as nações trarão glória e presentes ao Rei Jesus.
A questão é que o aniquilamento da morte e do inferno só ocorrerá, segundo a doutrina de Paulo, após a vitória sobre o anticristo, o qual será aniquilado pelo sopro da sua boca e destruído pela manifestação da sua vinda (2 Ts 2.8).
Apesar do sistema iníquo de cujo meio surgirá o anticristo já está atuando no mundo desde a assunção de Cristo aos céus à destra do Pai (2 Ts 2.7), este personagem, que é segundo a eficácia de Satanás, só se manifestará na sua totalidade maligna após a partida de alguém muito especial que se encontra restringindo a atuação plena desse sistema e da manifestação desse anticristo.
Alguns estudiosos têm visto neste restringidor a pessoa do Espírito Santo que nos foi deixada a nós, como Igreja, com vistas à sua defesa diante desse sistema que já opera no mundo, e sua preservação como nação santa. Ao retirar-se do mundo, com a Igreja arrebatada, condição sine qua para que Ele se retire, não havendo qualquer outra possibilidade bíblica ou teológica, o Iníquo se manifestará ao mundo, já sem a Igreja presente, o que facilitará sua atuação e sua operação maligna para com os que “não receberam o amor da verdade para se salvarem (v. 10) e a quem “Deus enviará a operação do erro para que creiam a mentira” (v. 11).
O envio dessa operação do erro, “matricializada” na pessoa do Anticristo, tem um objetivo santo e justo: “Para que sejam julgados todos os que NÃO creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade” (grifo nosso) (v. 12). Esse advérbio de negação valoriza o processo que se desenrolará com a presença do anticristo e sem a presença daquele que garante e sela a salvação do salvo. Trata-se de um mundo totalmente perdido, pelo que não se concebe a presença de um Israel terreno ainda por se salvar. Este Israel terreno pode já estar contido no Reino de Cristo como também pode estar fora dele para sempre, se estiver no mundo do Anticristo.
Surge uma outra questão: Não haverá uma terceira vinda. Se a manifestação de Cristo na qual o Anticristo é destruído e seu poder aniquilado for a sua Segunda Vinda, então entende-se que a visão pre-milenista não é de todo uma heresia. Segundo Paulo, esta doutrina permanece em suspense, ao passo que, na Revelação a João – o Apocalipse – que veio para revelar e não para velar (cobrir, ocultar), Jesus deixa claro que após o milênio, não mais retorna à Terra, pois o seu Trono estará em um lugar diferente da Terra e céu (Ap 20.11), de onde julgará os vivos e os mortos.
Mas como explicar o “arraial dos santos” e a “cidade amada” onde estão pessoas salvas, eleitas, que são defendidas por Deus com fogo do céu (Ap 20.7)? Seriam estes o povo da Igreja arrebatada?

Me ajuda aí......



[1] “Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora. E não somente ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rom 8.22,23).
[2] Ladd G. E. Teologia do Novo Testamento, S. Paulo. Ed. Hagnos, p. 385.
[3] Neologismo deste pensador, pois, segundo o entendimento judaico, o Messias viria para reinar absoluto, como ensinavam os rabinos, seguindo o modelo Enoquiano.