ELE CREU NO MENINO 
Há muitos e muitos anos, no passado, 
o povo hebreu, que a Deus havia deixado, 
trocando-O por deuses débeis e vãos, 
levado foi para Babilônia cativo 
e lá permaneceu por muito tempo inativo, 
conduzido que foi por outras mãos.
Embora em cativeiro, o povo hebreu, no exílio,
continuava a receber de Deus o auxilio
para contar as saudades que tinha de Sião.
E assim renasce no coração dos eleitos
a lembrança de Deus e de seus feitos,
e por isso o Redentor lhes fala ao coração:
“Dentre todos os povos vos tomarei 
e de todas as nações vos congregarei; 
levar-vos-ei de volta à Canaã. 
Com água pura vos farei lavados, 
e com imundície jamais sereis contaminados. 
Mais alvos ficareis do que a branca lã”.
Diante da promessa divina 
o povo eleito pensa e logo atina:
necessária se faz com Deus a comunhão.
E assim, porções proféticas são estudadas. 
Para tanto, sinagogas são logo criadas, 
onde o povo de Deus as Leis aprenderão.
Cumprindo-se do tempo a plenitude, 
cumpriu-se também de Deus real virtude, 
e Israel regressa à Terra Prometida. 
Já no solo pátrio, o povo ingrato 
esquece-se de Deus e do recente ato, 
olvidando, inclusive, da promessa já cumprida.
Contudo, uma promessa havia que até o momento 
não se fizera cumprida a contento, 
da qual muitos hebreus se haviam esquecido. 
Era o nascimento do Messias, 
que estava por acontecer naqueles dias
– o Messias por Deus tão prometido.
Não obstante o quase total esquecimento, 
poucos havia que, por discernimento, 
acreditavam na promessa fiel. 
Dentre os poucos que assim faziam 
estavam Simeão e Ana que, com fé, diziam 
veriam com seus olhos o Senhor do Céu.
E assim, tendo no templo entrado,
pelo Espírito Santo para lá levado,
Viu, então, Simeão a bela criança.
E cheio de fé – da Promessa um paladino,
Toma em seus braços o Deus–Menino
e começa a falar da divina esperança.
Esperança que, com seu próprio sacrifício, 
de Deus sacerdote no divino oficio, 
traria a paz a todos quantos O buscassem. 
Seria Ele a luz para todas as nações, 
iluminando os pobres e contritos corações 
dos que, com arrependimento e fé, n’Ele confiassem.
“Agora, ó Deus, despede em paz o Teu servo, 
pois desde tempos atrás eu conservo 
a esperança de ver este Pequenino”. 
Assim dizendo, e cheio de alegria, 
Simeão parte naquele mesmo dia, 
pois, pela fé, ele creu no Menino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário