terça-feira, 19 de julho de 2011

MISSÕES DO PONTO DE VISTA ESCATOLÓGICO

                                   (Isa. 66.19)

Para os que estudam a Palavra de Deus, o termo missões tem sido entendido como um empreendimento que partiu do coração de Deus para a salvação de toda a humanidade. É o que se pode ver à luz de Gên. 3.15: “Porei inimizade entre ti e a mulher; entre tua descendência e a descendência dela; Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (trad. literal); ou ainda: “Porei inimizade entre ti e a mulher; entre o teu descendente e o descendente dela; Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.”[1] Quando nossos primeiros pais pecaram, Israel ainda não havia sido formado. Portanto, a promessa é para toda a humanidade. É o que se pode entender à luz de Sal 67.2: “para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação”.

Como se pode ainda depreender do texto de Gên. 3.15, a salvação de que fala o texto de Sal 67.2, só seria possível com a vinda do Cristo prometido. E isto aconteceu há cerca de 2011 anos atrás, quando, em Belém de Judá, cidade de Davi, nasceu o Senhor Jesus, o Salvador, da linhagem de Abraão, passando por Isaque, Jacó e Judá, centralizando-se em Davi, como mostram as profecias encontradas em Gên. 12.1; 49.10; Núm. 24.17; I Sam. 16.1; II Sam. 7.8-16; I Re. 9.5 e tantas outras a ele referentes.

Com a vinda do Messias – Jesus Cristo – a salvação começou a ser anunciada, primeiramente aos judeus, para responsabilizá-los, com o fim de levá-los a entender que, como nação santa[2], proposta do Deus Eterno, eles deveriam sair por todo o mundo anunciando e testificando a respeito da salvação que teve como fulcro a morte expiatória de Cristo e sua ressurreição ao terceiro dia, como diz a Escritura.[3]

Todavia, isso tudo deveria ocorrer no final dos tempos, como se entende pelo estudo da escatologia[4], como ainda assegurou o próprio Senhor Jesus.[5] A Igreja, então, foi ativada, conforme promessa de Jesus,[6] ocasião em que os primeiros judeus convertidos, dos remanescentes de Israel, começaram a pregar a Palavra na Judéia e Samária, e, após a dispersão, às nações circunvizinhas.
 
Com a propagação do evangelho pelos judeus convertidos, surgiram novos crentes, de outras nações, gentílicas, dando cumprimento à profecia de Isaías 66.18-19: “...e venho para ajuntar todas as nações e línguas; elas virão e contemplarão a minha glória. Porei entre elas um sinal e alguns dos que foram salvos enviarei às nações, a Társis, a Pul e Lude, ... a Tubal e Javã, até às terras mais remotas, que jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha glória; eles anunciarão entre as nações a minha glória.”

“E alguns dos que foram salvos” é uma referência aos crentes que são enviados como missionários às nações. Todos aqueles missionários do passado, como os do presente, estão incluídos nesta profecia de Isaías. O Israel de Deus agora somos nós, os que fomos salvos por intermédio inicial dos nossos primeiros irmãos judeus. Társis (a Espanha e Ibéria com suas colônias além-mar), Pul (a região da Turquia e toda a parte a leste dela – a Ásia), Lude (ao Norte da África), Tubal (Europa Centro-Norte e Oriental) e Javã (Grécia e Ilhas do Mediterrâneo e as terras mais remotas (América, Indonésia, Austrália, Escandinávia, etc), são as várias nações que receberam dos nossos amados irmãos gentios salvos a Palavra e cremos, tendo sido salvos pela Graça em Cristo Jesus.

Nossos primeiros representantes foram agraciados com uma carta enviada pelo apóstolo Pedro, que os convocou para fazerem missões, como se pode entender de I Ped. 2.9-10: “Vós, porém, sois a raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.”   

Amados irmãos gentios, embora judeus em Cristo, é tempo de fazer missões, de ir a todos os outros gentios, sejam os de perto como os de longe, para que a plenitude do tempo, de que fala o apóstolo Paulo, se realize também na proclamação do evangelho a todas as nações. Amém!


[1] O termo hebraico é masculino e é traduzido literalmente por descendência, tanto para a serpente, que personifica o próprio satanás, como para a mulher, que representa o próprio Cristo que, como interpreta Paulo em Gal. 4.4, nasceria de uma mulher.
[2] Êxodo 19.5-6: “vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (grifo nosso).
[3] Mat. 27.45-54; 28.1-10.
[4] Gál. 4.4-5: “Mas vindo a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”.
[5] Mat. 24.3-14
[6] Mat. 16.18.

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