A VÃ CIÊNCIA
Era uma vez um notável cientista.
Ateu, obstinado; na Ciência, um artista
que buscava a razão de tudo nas coisas prováveis sem, contudo,
fazer da fé a solução de seus problemas.
Na Matemática e na Filosofia,
nas artes e até na Psicologia
buscava o douto sua confiança. Desprezando, porém, toda a sabedoria
encontrada na verdadeira Teologia,
negava ele a Deus e Sua esperança...
Eis que um dia a morte lhe bate à porta.
E o sábio cientista – o que isso importa? Sente o abismo a se aproximar.
Passando a sentir saudades do que nunca vira,
a realidade que até então de nada lhe servira,
põe-se no Universo logo a meditar.
Coisas tão grandes, porém tão pequenas
passam-lhe na mente, vêm-lhe como cenas,
e o sábio,segundo o mundo,
confuso, exangue e moribundo,
Até da razão passa a discordar.
É que do tempo pouco lhe resta.
E a Ciência, que para nada mais presta,
escapa-lhe à mente, deixando-o só,
numa atitude perplexa que causa dó,
fazendo-o do sumo Sábio cogitar.
E a morte que a tantos faz tremer
encontra no pobre homem resistência. Não mais contende aquele débil ser
com o Infinito, pois da fé se pode ver
os frutos: resignação, paciência,
não com base em sua inteligência,
mas na confiança que em Deus passou a ter.
Autor: Wilson Carlos da Silveira Lima
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